Gravesen: o ‘ogre’ dinamarquês que fez milhões a jogar no casino
- Updated: 04/02/2020

O mundo do futebol está repleto de personagens icónicas, mas poucas se poderão comparar a Thomas Gravesen, o “ogre” dinamarquês. Natural de Velje, o médio defensivo destacou-se no futebol europeu entre o final dos anos 90 e o início da década 2000. Marcou uma era na sua selecção e distinguiu-se sempre pelo seu estilo de jogo, que se baseava muito mais na força do que na habilidade. Anteriormente conhecido como o motor do jogo defensivo da selecção da Dinamarca, Gravesen nunca esteve entre os futebolistas mais famosos do mundo, mesmo tendo passado pelo Real Madrid. No entanto, a sua vida depois do futebol tem atraído a atenção dos media norte-americanos e dado azo a cabeçalhos de jornais de todo o mundo.
Muito antes de serviços como o casino online 888 terem democratizado as apostas a dinheiro, jogos como o poker, a roleta, ou o blackjack estavam confinados ao ambiente poeirento dos casinos. Depois de deixar os relvados, em 2008, Gravesen mudou-se para Las Vegas, onde continuou a dar azo ao seu agressivo espírito competitivo; desta vez, sentado à mesa de jogo.
Aprendeu a dominar jogos como o poker e o 21, passou horas a calcular as melhores jogadas, chegou a perder mais de 50 milhões numa só noite (ou pelo menos assim alega a sua auto-biografia), namorou com actrizes de filmes para adultos, comprou uma mansão, consolidou um património líquido que chegou a ultrapassar 115 milhões de euros. A sua história de sucesso pós-futebolístico pode impressionar muita gente, mas é segundo aqueles que lhe são mais próximos bastante natural. Mesmo quando se dedicava ao futebol, Gravesen denotava já uma grande personalidade e uma forte vontade de vencer… mesmo que nem sempre as coisas lhe saíssem como esperado.
A carreira
Thomas Gravesen chegou aos grandes palcos do futebol europeu 1997, quando trocou o modesto emblema dinamarquês da sua cidade natal – o Velje BK – pelo Hamburgo. Na Alemanha partilhou o balneário com jogadores como o ex-Benfica Butt, o agora treinador Niko Kovac, e o veterano médio alemão Thomas Doll. Ajudou o Hamburgo a alcançar o terceiro lugar da liga alemã na sua terceira época pelo clube.
Com o virar do milénio, a impressionante capacidade física, técnica de desarme, e índice de trabalho que caracterizavam o jogo de Gravesen fizeram-no chegar à Premier League, e mais concretamente ao Everton de Walter Smith. Em Liverpool, ficaram a faltar os títulos a Gravesen, que ainda assim voltou a partilhar o balneário com jogadores de grande calibre. O mais famoso de todos era certamente o jovem avançado inglês Wayne Rooney, que já impressionava aos 17 anos de idade. Curiosamente, o agora veterano inglês viria a assumir ter tido problemas com o jogo durante a sua juventude.
Gravesen passou 4 anos e meio no Everton e viria mesmo a terminar a carreira profissional ao serviço do emblema de Liverpool. Ao serviço da selecção da Dinamarca, onde era considerado um jogador de grande estatuto, Gravesen fez 5 golos em 66 jogos. Teve ainda a oportunidade de participar de uma afortunada geração dinamarquesa que carimbou presença em 3 grandes competições internacionais: o Euro 2000, o Mundial Coreia/Japão de 2002, e ainda o Euro 2004, realizado em Portugal. Infelizmente, a carismática personalidade de Gravesen dentro do relvado nunca encontrou paralelo no seu palmarés; se no casino o “ogre” dinamarquês não pára de facturar, como jogador bastaram-lhe 1 liga escocesa e 1 taça da Escócia, ambas conquistadas no penúltimo ano da sua carreira ao serviço do crónico campeão Celtic.
A passagem pelo Real Madrid
Gravesen até pode ter jogado o seu melhor futebol em Inglaterra, mas a passagem pelo Real Madrid será para sempre o momento mais marcante da sua carreira. No entanto, é possível que Gravesen nem sequer tenha sido mesmo contratado pelo Real Madrid. Como?
Numa altura em que os valores das transferências de jogadores atingem números históricos – Bruno Fernandes é o mais recente exemplo – é impensável imaginar uma situação como aquela que alegadamente aconteceu em 2005. A meio da temporada, o Real Madrid procurava um jogador que fosse capaz de substituir o médio defensivo Claude Makélélé e olhou para a Premier League na tentativa de garantir uma solução experiente e de créditos firmados. Os olheiros do clube ficaram impressionados com uma exibição de Lee Carsley, um trinco irlandês que alinhava pelo Everton. Mas no momento da contratação, um erro terá acontecido. Confundindo Carsley com o outro médio-centro careca da equipa – Gravesen – o Real Madrid terá contratado o jogador errado!
Não foi uma boa premissa para aquela que viria a ser a maior oportunidade da carreira de Gravesen. De resto, a sua passagem pelos Galácticos foi mesmo mais positiva pela companhia do que pelas prestações dentro de campo. Ao lado de lendas como Zidane, Beckham, ou Ronaldo (o brasileiro), as deficiências técnicas de Gravesen tornaram-se por demais evidentes. Ainda hoje muitos especulam que o médio dinamarquês não terá sido de facto contratado por engano, e que a história foi forjada de modo a exonerar a escolha do presidente do Real Madrid, que terá dado azo à bizarra transferência.