Quinta-feira, 30 de abril. O último dia do mês. O dia em que o futebol português fica a conhecer o seu futuro imediato. Depois de na terça-feira se ter reunido com os presidentes da FPF, Liga, FC Porto, Benfica e Sporting, hoje é o dia, após a reunião do Conselho de Ministros, do primeiro-ministro, António Costa, anunciar, tudo o indica, a retoma dos desportos coletivos, englobada na fase 3 da reabertura do país, e que poderão ser retomados a partir de junho, sem público.
«São medidas que estão em estudo e a ser acompanhadas por um grupo de trabalho onde está integrada a própria Direção-Geral da Saúde. Não vou antecipar as medidas, dado que o primeiro-ministro terá oportunidade de o fazer na quinta-feira», confirmou António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, garantindo que as decisões terão em conta a necessidade «de estarem asseguradas as condições de segurança de todos os intervenientes no processo.»
Uma visão que vai de encontro à de António Costa que, após a reunião de terça-feira, referiu nas redes sociais que «a retoma das competições, quando decidida, será sustentada em fundamentos técnicos de saúde» e que a decisão «não pode ser emocional nem tomada de impulso.» Foi, por isso, que o manual criado pela FPF foi alvo de análise por parte da Direção-Geral de Saúde e que, na reunião de terça-feira, várias decisões foram tomadas.
Que futebol, teremos, então, a partir de junho? Desde já, ideia clara, não taxativa, de que haverá futebol, ao contrário do que já sucedeu em países como França e Holanda. Por outro lado, a quase certeza de que haverá futebol, sim, mas apenas no escalão principal. O mesmo quer dizer que a Liga 2 deve ficar por aqui, porque o seu regresso implicaria mais jogos, um plano alargadíssimo de medidas e, no capítulo financeiro, o balanço entre os gastos que implicaria o final de época – viagens, estágios, jogos sem receita de bilheteira – e a receita, única a exclusivamente dos direitos televisivos, joga a favor do fim antecipado.