O caso do Santa Clara é, neste momento, único e inédito no panorama do principal escalão do futebol português. Enquanto todas as outras equipas regressam, no limite, hoje ao relvado com treinos individualizados, os açorianos continuarão o plano inicial, ou seja, com os jogadores a cumprir programa em casa. E por vários motivos.
O primeiro passa por ainda não haver uma resposta do Governo Regional ao pedido formulado para poderem ser utilizados os campos relvados, uma vez que o calendário de desconfinamento é distinto nos Açores, e altera de ilha para ilha, com São Miguel a apontar para essa possibilidade apenas no dia 25. Depois porque o próprio treinador, João Henriques, permanece em quarentena numa unidade hoteleira de Ponta Delgada e só deve ter alta a meio desta semana. E depois porque, por maior que seja a boa vontade, o estádio e os complexos desportivos das Laranjeiras e do Lajedo não oferecem as condições de segurança exigidas no quadro da situação atual.
Fim de época fora da ilha
Neste cenário de incertezas, um facto está já consumado: o Santa Clara não vai realizar nenhum dos cinco jogos que tem como visitado, até final da época, no Estádio de São Miguel. O recinto desportivo, propriedade do Governo Regional dos Açores, não reúne os requisitos de segurança exigidos, pelo que os encarnados vão mudar-se de armas e bagagens para o Continente.
A definição do local onde assentarão arraiais para a conclusão do campeonato ainda não está decidida, aguardando indicações por parte da Liga sobre qual o estádio (ou estádios) onde irão disputar os desafios em falta. A partir daí é que selecionarão um local para permanecerem em estágio durante as semanas necessárias para se concluir a presente temporada.
Aveiro, Coimbra, Leiria ou Algarve (estádios do Euro-2004) são as mais fortes possibilidades para o Santa Clara, recintos que estão sem competição da Liga, mas não está descartada a hipótese de rotatividade. A reunião de amanhã, na Liga, deverá clarificar estas dúvidas.