“Aqui ninguém [em La Liga] te oferece nada. É difícil conquistar pontos. Não há que subestimar os empates”, foi esta a frase, proferida este sábado, de Santiago Solari que parece ter acabado de vez com o estado de graça e a tolerância para com o treinador que substituiu Julen Lopetegui ao comando do Real Madrid.
O técnico argentino, na antevisão à receção à Real Sociedad, jogo marcado para este domingo, comentava o empate (2-2) obtido, quinta-feira, pelos merengues em Villarreal e já havia dito antes: “Subimos do nono ao quarto lugar, mas temos de continuar a encurtar distâncias e lutar. A situação é difícil, estamos contentes com o que estamos a fazer.”
Logo após o 2-2 no La Ceramica – partida em que os merengues deixaram fugir a vitória com uma segunda parte muito fraca e perderam a oportunidade de ficar a cinco pontos do Barcelona -, os jornais desportivos de Madrid deram conta da insatisfação que o resultado provocou dentro do clube. Mas foi a forma como o técnico desvalorizou a perda de pontos que deixou os madridistas chocados e provocou reações negativas como a que pode ler no jornal “Marca”, muito próximo do emblema blanco. Em artigo de opinião com o título “O Madrid não aprecia empates”, o jornalista Miguel Ángel Lara foi muito claro: “Há frases que um treinador do Real Madrid não pode permitir-se. São sentenças que pesam como uma laje. (…) O Madrid não é um clube onde se possa apreciar um ponto”, recordando como treinadores como Toshack, Schuster ao Pellegrini saíram do clube, mais tarde ou mais cedo, “com os pés para a frente”, após falarem em “porcos voadores”, na “impossibilidade de vencer em Camp Nou” ou “na pontuação [que de nada valeu]”, respetivamente.