O português aproximou-se do banco de suplentes da equipa adversária, enquanto Ralph Hasenhuttl, treinador do Southampton, espreitava as táticas num “notepad”. Para espanto geral, Mourinho baixou-se e pôs-se a ler as táticas do adversário, endereçando-lhe ao mesmo tempo palavras pouco amigáveis.
No fim, Mou comentou: “Fui malcriado. Mas fui malcriado com um idiota. Mereci claramente o amarelo, porque disse coisas más ao tipo.”
Para Mourinho, foi a quarta derrota desde que chegou aos spurs, num total de 11 partidas disputadas. Não deixa de ser muito para um treinador habituado a títulos nacionais e europeus, se bem que, a seu favor, o técnico tenha o histórico deixado pelo antecessor, Maurício Pochettino. O problema reside no desconforto que a equipa sente a jogar fora de casa. Um “complexo” que vem de longe, como os números comprovam: nos últimos 17 jogos fora para a Premier, o Tottenham venceu apenas dois… e já foram ambos com Mourinho. “O mau resultado neste jogo surge como uma continuidade de 2019. Em 12 meses, foi muito difícil obter bons resultados fora de casa”, salientou o português a esse propósito.
O treinador português pode ainda queixar-se de um golo anulado a Harry Kane, num fora de jogo milimétrico, de novo sancionado após consulta ao VAR. Azar. Mas, maior azar mesmo foi a lesão que Kane sofreu nesse lance, que o deve deixar de fora por alguns jogos (a reavaliar amanhã). O ponta de lança saiu agarrado à coxa esquerda para desespero de Mou, que apenas tem como alternativa direta para o lugar o miúdo Troy Parrott, da equipa de sub-18. “O Kane joga todos os minutos de todos os jogos. Pode ser grave e pode não ser. Mas é certo que estará fora do próximo jogo”, disse Mou sobre o assunto.
Do resultado não se queixou muito o técnico, após uma exibição que deixou a desejar, com apenas 11 remates efetuados pela equipa e poucas oportunidades de golo criadas: “Não tivemos problemas defensivamente. O Ings esteve bem, mas, tirando isso, controlámos o jogo. Não criámos muitas situações, mas eram as suficientes. Eles travaram o jogo e defenderam-se bem. Na parte final, sem Kane, sem Son e sem mais nenhum avançado, ficámos limitados nas nossas opções. O resultado é um pouco penalizador, mas é o que é.”
