Rúben Semedo tem 25 anos e continua a ser um dos bons valores do futebol português. Mas a vida fora do campo e as escolhas que fez pregaram-lhe grande partida. Os sonhos com que chegou ao futebol espanhol deram lugar a pesadelo e drama da prisão. Agora, 9 meses após sair em liberdade condicional, abre o coração em entrevista a A BOLA e a A BOLA TV. Pela primeira vez!
Como eram os dias na prisão?
No início foi difícil. No primeiro mês e no segundo parecia que o tempo não passava, não havia novidades de fora. Parece que o processo estava sempre igual, as escolhas dos advogados, que fiz com a minha mãe, não foram as melhores e percebemos isso depois.
Chorou na prisão?
Sim, chorei muitas noites. Nunca chorei à frente de ninguém, mas muitas noites deitava-me, não conseguia dormir e só pensava nos meus filhos, no sofrimento da minha família. Faz-te pensar se realmente vale a pena abdicares de passar tempo com a tua família para passar tempo com pessoas que não querem o teu bem e seguir caminhos que não te vão levar a lado algum. Sofri muito e sim, muitas noites passei-as a chorar.
Em algum momento achou que não voltaria a jogar futebol?
Claro. Não no início, porque ouvi o conselho dos advogados e pensei que em uma ou duas semanas estava tudo resolvido, mas depois do segundo mês comecei a aperceber-me de onde estava e percebi que estava em risco de nunca mais jogar futebol.
Crédito: Jornal desportivo ” ABola”