José Carriço, ex-diretor do Benfica que foi detido pela Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária com 9,5 kg de cocaína em julho deste ano, só deixou de ser funcionário do clube da Luz, 8 dias após a sua detenção.
Foi o próprio Benfica que chegou essa informação ao processo, que está pendente no Ministério Público de Sintra, apesar de ter reagido à notícia da detenção de José Carriço com mensagens ambíguas onde se aludia, repetidamente a um “ex-funcionário” do clube.
A Procuradoria-Geral da República comunicou ao JN, que «à data da detenão, que ocorreu a 23 de julho, o arguido em causa era funcionário do Sport Lisboa e Benfica». «O Benfica juntou ao inquérito um documento comprovando a rescisão do contrato a 31 de julho, por isso, dias depois da detenção».
Após a sua detenção, José Carriço ficou preso na zona prisional da Polícia Judiciária, que é gerida pelos Serviços Prisionais.
A 27 de agosto, dia em que a detenção de José Carriço foi publica, o Benfica reagiu com um comunicado que começava por afirmar que «a Polícia Judiciária deteve em Sinta um ex-funcionário do Sport Lisboa e Benfica». Os encarnados referem ainda que nas buscas do Estádio da Luz «a PJ teve acesso ao antigo espaço que o ex-funcionário ocupada no estádio».. O Benfica ameaçou ainda processar os jornalistas que ofendam o “bom-nome” do Benfica, referindo que o clube «não é responsável pela prática de atos ilícitos dos seus ex ou atuais funcionários».
Os investigadores nunca tiveram dúvidas que o suspeito à data da sua detenção, mantinha vínculo contratual com o Benfica, e não firmavam essa convição apenas no facto de o suspeito ter sido detido com a droga numa viatura do clube. A investigação incluiu vigilâncias onde os inspetores da PJ assistiram às entradas e saídas de José Carriço no Estádio das águias, e também à entrada de cidadãos sul-americanos pela Porta 18 do estádio da Luz, que estavam conotados com o tráfico internacional de cocaína e iam encontrar-se com Carriço.