O legado do FC Porto fez-se com jogadores com ADN do clube, figuras quase intemporais que durante anos integraram os plantéis e que ajudaram na transição para outras figuras do clube. Da camisola 2 de João Pinto para Jorge Costa, depois para Bruno Alves, ou da equipa que José Mourinho levou à conquista da Europa entre 2003 e 2004, com Vítor Baía, Jorge Costa e Ricardo Carvalho. Sem esquecer o atual treinador, Sérgio Conceição, formado na Académica, mas jogador dos dragões desde os juniores.
Hoje, mais do que nunca, o futuro dos clubes portugueses está nos miúdos, e a situação económica das SAD’s e do País levam os emblemas a canalizarem grande parte do investimento para as academias. Desde 2011, altura em que Bruno Alves saiu para o Zenit, a formação dos dragões perdeu alguma pujança no que ao aproveitamento na equipa principal diz respeito. A situação financeira débil dos portistas levou a estrutura a olhar para dentro e a aposta na formação ganhou maior relevo.
Desde 2017/2018, primeira temporada com Sérgio Conceição a treinador, o técnico já apostou em dez jogadores da formação. Sem esquecer os seis meses de Gonçalo Paciência na época do título – foi depois vendido ao Eintracht Frankfurt – e a aposta agora consistente em Sérgio Oliveira.
Os tempos de utilização têm sido diferentes. Nestas duas épocas e meia (falta concluir 2019/2020), o jogador mais utilizado da formação dos dragões foi André Pereira, atualmente no Saragoça, e um dos jogadores com uma carreira que merece atenção. Saiu do FC Porto ainda na formação, regressou para a equipa B, andou emprestado e jogou na equipa principal, antes de voltar a novas cedências.
As gerações de 1999 e 2000 têm assegurado o futuro do futebol português. Alguns dos melhores jogadores destas gerações pertencem ao FC Porto, e levaram a formação do clube a uma das melhores páginas recentes do clube com a conquista da Youth League, em abril do ano passado. Diogo Costa (1999), Diogo Leite (1999), Romário Baró (2000), Vítor Ferreira (2000) já foram utilizados por Sérgio Conceição, com Vitinha a ser um dos últimos. Foi, de resto, lançado pelo treinador no jogo com o Benfica (3-2), que permitiu aos dragões encurtar distâncias para uma liderança que agora lhe pertence no campeonato. Na primeira volta, na Luz, Romário Baró foi surpresa no onze e a superioridade dos portistas (2-0) no clássico foi por todos reconhecida.
Na lista das estreias de jogadores formados no clube, logo a seguir a André Pereira, surge Fábio Silva, 17 anos, produto da geração de 2002, já com 18 presenças na equipa principal e três golos no currículo. O avançado portista, filho de Jorge Silva, central campeão pelo Boavista (2000/2001), é uma das maiores promessas do futebol português e foi blindado pelos dragões com cláusula de rescisão de €125 milhões.
Mais dois a caminho
O regresso aos treinos do FC Porto levou Sérgio Conceição a apostar em mais dois jogadores, e será uma questão de tempo até terem uma oportunidade na equipa principal. Fábio Vieira, 19 anos (faz 20 este mês), e João Mário, 20 anos, têm trabalhado com o elenco e são mais dois atletas com elevado potencial.
E não se pode esquecer o possível regresso do central Diogo Queirós, cedido esta época aos belgas do Mouscron, perante a possibilidade de Diogo Leite ser transferido para o Valência na próxima temporada.