“Olá. Daqui é o Shoya Nakajima. Decidi transferir-me agora do Portimonense para o Al Duhail, do Catar. Sei que muitas notícias têm circulado e sei que entre aqueles que as leem e os que sempre me apoiam poderá haver alguma falta de compreensão sobre esta mudança. Claro que sei que não é possível compreender a cabeça e decisões de todos, e não preciso que concordem comigo, mas acho que posso partilhar alguns factos sobre esta transferência e partilhar os meus próprios pensamentos”, introduz.
“Em primeiro lugar, não foi o Portimonense ou um empresário quem decidiu esta transferência para o Catar – eu próprio tomei a decisão. E depois de ter concordado com a transferência, o Portimonense e o intermediário responsável tornaram a transferência possível. Estou também sinceramente grato à minha família. O Portimonense sempre foi como uma família desde cheguei. Foi onde joguei pela primeira vez num clube estrangeiro, mas consegui jogar futebol e divertir-me, sem qualquer stress. Consegui criar maravilhosas memórias e fui rodeado por pessoas verdadeiramente boas durante um ano e meio. Por isso, para com o Portimonense tenho apenas gratidão. É um clube a que poderia regressar um dia. Aquilo em que penso quando me transfiro não é o dinheiro, a fama, o nível da Liga ou a reputação da equipa. [Prefiro] não olhar para a reputação ou nível e decidir com os meus próprios olhos a força da equipa e se encaixa no meu estilo de jogo. A força ou fama da equipa não importa se não for a altura certa, por isso acho que subir de nível da equipa ou da Liga em que participo não é necessariamente uma melhoria para mim”, continuou.
“Acho que as minhas palavras numa entrevista levaram a alguns mal-entendidos: não me preocupo muito com jogar numa competição em particular, como por exemplo a Liga dos Campeões. Claro que é uma prova com a qual sonho desde a minha infância, mas acho que é mais importante jogar num clube em que eu sinta que encaixo, como o Portimonense e o Al Duhail. A outra questão tem a ver com o estilo de jogo, com sentir que o estilo da equipa para que vou irá permitir-me desfrutar, e também estar num ambiente em que desfruto do dia a dia. Eu visitei o Catar duas vezes antes de decidir transferir-me, tomei consciência do estilo de jogo da equipa, das ideias da direção, do espírito e ambiente no Catar. Senti que seria um futebol divertido, e tenho a certeza que no Catar poderei viver feliz, sem ansiedades, com a minha esposa e os meus cães. Poderá parecer inocente, mas sempre achei que o futebol deve ser um desporto divertido, e acho que estar num ambiente agradável e com a minha família irá levar-me a jogar o futebol que quero jogar. Não me arrependo daquilo que decidi, de própria vontade. E irei certamente continuar a tentar elevar o meu nível futebolístico. Por isso, gostaria que continuassem a ver-me jogar daqui para a frente. Já escrevi muito, obrigado por terem lido até agora. Farei o meu melhor para vos mostrar melhor futebol!”, finalizou.
O japonês, de 24 anos, foi um dos grandes destaques do campeonato português e despertou o interesse dos três grandes e em meia época marcou cinco golos num total de 14 jogos. Em Portimão há duas temporadas, Nakajima passou por Tokyo Verdy, Kataller Toyama e FC Tokyo.
A imprensa francesa noticiou na última semana que o Al Duhail iria pagar 35 milhões de euros pelo jogador.